emoção

VÍDEO: militar realiza o sonho de adotar haitiano que conheceu em missão

da redação*

Fotos: Renan Mattos (Diário)

Parece uma história de filme, mas aconteceu no coração do Rio Grande. O militar aposentado Ubirajara dos Santos, 54 anos, conseguiu realizar o sonho que cultivava há mais de 10 anos: ele conseguiu trazer para o Brasil um jovem do Haiti que conheceu em 2007 em uma missão de paz. Depois de muitos anos sem se ver, Ubirajara e Oricht Sawveur, 24 anos, se reencontraram na manhã desta quinta-feira na rodoviária de Santa Maria. 


Tudo começou há 12 anos, quando o militar foi pela primeira vez para o Haiti ajudar na pacificação e na reconstrução de instituições destruídas pelos conflitos armados que aconteciam no país. Ao chegar em Porto Príncipe, capital da república, conheceu Oricht, que na época tinha 12 anos. Como o haitiano sabia português, ajudava Ubirajara na tradução do idioma crioulo, uma das línguas oficiais do país. Eles conviveram por cerca de 6 meses, até a missão do militar terminar. 

Ubirajara voltou para o Haiti outras duas vezes em missão, em 2010 e 2015, e ambas teve a companhia de Oricht. A relação de amizade entre os dois foi tão forte que o jovem começou a chamar o militar de pai. E como todo bom pai, o militar queria poder dar melhores condições de vida ao jovem e sua família - no Haiti, ele tem uma filha de 6 anos e uma esposa. Ubirajara, após ter conversado com sua esposa e seus dois filhos, fez o convite a Oricht para vir morar no Brasil - e ele prontamente aceitou. 

- Ele era meu braço direito lá no Haiti. Eu participei de três missões de paz lá, então são 1 ano e 8 meses juntos. A gente conviveu lá como pai e filho, ele é meu filho, me chama de pai. A realidade do país é muito precária, é triste. O nosso vínculo, o que me faltava lá, longe da minha família, ele preenchia, e a necessidade que faltava pra ele, eu preenchia - conta Ubirajara.

A tramitação do processo para conseguir o passaporte e o visto para o haitiano começou há mais de dois anos, e há algumas semanas eles finalmente receberam a resposta que o visto havia sido aprovado. Oricht fez as malas e embarcou rumo ao país, com esperanças de um futuro melhor. 

Na manhã desta quinta, pouco depois do meio-dia, Ubirajara já estava a postos com a bandeira do Haiti na rodoviária aguardando ansioso a chegada do filho "adotivo". A cada ônibus que entrava na estação, o coração acelerava. Finalmente, às 12h16min, Oricht desembarcou. Um longo abraço tentou amenizar a saudade de mais de quatro anos sem se ver. Foi difícil conseguir conter as lágrimas.

- É um sonho realizado, a gente lutou muito para estar aqui, para acontece essa hora, a gente passou muito trabalho, mas deu certo - comenta o militar. 


Agora o objetivo é tentar conseguir um emprego para Oricht, para que ele consiga ajudar a família que ficou no país, e quem sabe, em breve, traze-los para o Brasil.

- Foi muito problema, muita correria para poder vir para cá, mas Deus é grande e meu pai ajudou muito. Lá "tá" muito problema, mas eu venho aqui para ajudar ela (a família) também, eu quero trazer ela também para cá - contou o jovem.

Colaborou Victoria Debortoli

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